quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Agora eu acredito

O ano era 2007. Já havia passado dos 30 minutos do segundo tempo, e o juiz acabara de marcar um pênalti contra o Grêmio. Naquela altura, já perdíamos por 2x0 para o Boca Juniors e, na iminência de levar o terceiro gol, dei de costas para o campo e me dirigi para a saída. Ainda, tive que ouvir algum imbecil me xingando, me chamando de turista e o escambau. Mesmo que eu já fosse sócio há alguns anos e tivesse ido em quase todos os jogos na segunda divisão, pensei comigo. Mas ignorei e continuei minha triste caminhada rumo a saída.

 

Se passaram 9 anos desde aquela frustrante lembrança. Ao longo deste período, vivemos um período de ostracismo irritante. Ano após ano, derrota após derrota, frustração após frustração, fomos desenvolvendo uma espécie de ceticismo protecional sobre tudo que permeia o time. Nenhum jogador é unanime de forma positiva. Nenhuma vitória nos convence de que temos condição de retomar os caminhos de títulos e glórias dos anos 90. Tudo para evitarmos novas desilusões, como aquela de 2007.

 

Mas ontem, depois de tanto tempo, percebo que deixamos os elmos e escudos de defesa de lado, e começamos a cantar a plenos pulmões novamente. Mesmo que nossa consciência insista em ligar o alerta de que ainda faltam 90 minutos para jogar e nada está ganho, nosso subconsciente já grita cânticos da torcida e chora copiosamente - possivelmente bêbado -, certo de que esse caneco já tem dono.

 

Devemos e precisamos respeitar o Atlético. É um grande clube, com um plantel muito interessante e, do mesmo jeito que fomos em Minas e fizemos uma diferença de 2 gols, nada impede que um Lucas Pratto ou um Robinho inspirado façam o crime aqui na Arena. Entretanto, depois do que assistimos ontem, no Mineirão, até o mais cético gremista passou a acreditar que é possível. Vimos um time com organização, empenho, garra e vontade de vencer. Creio que depois de tanto tempo, finalmente, seremos felizes novamente. Meu subconsciente já tomou conta - bêbado -, e está gritando loucamente na minha cabeça: "O GRÊMIO VAI SAIR CAMPEÃO! O GRÊMIO VAI SAIR CAMPEÃO!".

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